quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Opinião: o exercício da democracia

Esses dias, pós processo eleitoral, sempre são marcados por alegria e tristeza. Alegria por parte daqueles que tiveram seus representantes eleitos, tristeza por parte daqueles cujos os escolhidos não conseguiram alcançar o cargo que almejavam. Diante desse contraste tão visível é preciso pensarmos sobre alguns aspectos que envolvem a democracia representativa, visto que é bastante comum observarmos por parte de alguns "vencedores" e outros que não "ganharam", um posicionamento que anda longe do respeito necessário pela opinião alheia.

Quem "ganha" uma eleição, não recebe na mão uma "carta de alforria" voluntária que lhe concede liberdade para fazer o que bem sequer, e ao mesmo tempo de suspender o direito dos outros. O caminho não é esse. É preciso percebermos que o processo de escolha, onde a afirmação da liberdade da vontade é exercida por meio do voto, não é a uma "guerra" do bem contra o mal. Portanto, não deve ser tratado como tal. É preciso respeito. O seu voto não possui valor menor ou maior em vista do alcance do exito ou não do seu candidato.

É em vista disso, que torna-se necessário termos em mente, que a democracia vivida apenas em sua dimensão formal (com o voto), pode trazer uma série de danos para o cidadão. Um dos grandes desafios que temos é desfazer a crença que a política resume-se a campanha eleitoral. Nosso povo está tão acostumado com essa ideia, que até mesmo atribui a esse período o nome "tempo de política". Mas que tempo é esse, apenas 45 dias?! Antes de tudo é preciso percebermos que a democracia, que é nosso sistema político, é uma ideia viva, ou seja, demanda um processo constante de participação, envolvimento e deliberação de TODOS, não apenas dos que foram eleitos. Por isso é preciso constância e veracidade nos valores que você defende e luta por melhores dias para todos.

A exposição do modo como alguns se comportam em público e como são em seu íntino também é fundamental para a bem da comunidade política. Digo isso porque não é raro, na verdade é bem comum, vermos pessoas desvelarem seu caráter deformado justamente quando as urnas são abertas e seus resultados conhecidos. O comportamento ético, ou seja: aquele que pode servir de exemplo e por consequência pode ser replicado, é antes de tudo parte integral da dignidade de um ser humano. Quem não o tem, sofre para manter as aparências. Muito embora, a política seja o espaço onde a traição é quase uma regra e não uma exceção, espera-se minimamente de uma pessoa, o respeito consigo mesma, afinal, como alguém pode ter alguma credibilidade se sua face é dupla? É nesse sentido que "ganhar" ou não, exige uma posicionamento ético diante da escolha do outro. Isso é fundamental para a convivência harmoniosa.

Sem transparecia, o espaço de diálogo e participação fica prejudicado. Só é possível vivemos em um lugar mais justo e igual, quando nossa palavra for condizente com nossas atitudes. É preciso saber reconhecer que o outro tem valor, e que você não á mais importante que ele. Assim, mesmo na derrota se tem dignidade, e esse valor é ainda mais cobrado daqueles que saíram vencedores, haja visto que ganhar sem respeitar os que não conseguiram alcançar seus objetivos é pior que perder.

Sigamos enfrente, todos nós morrinhenses, cada qual com o valor que acredita ser o correto, porém, sempre respeitando uns aos outros e buscando junto melhores dias para todos!      

Nenhum comentário:

Postar um comentário